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Não é novidade que educar uma criança envolve uma série de fatores e atravessamentos, pois abrange orientações que vão do individual para a vida social. Por isso, muito se fala sobre uma educação transformadora, que além do afeto e condições básicas para seu crescimento, inclui também um olhar atento à constituição ética e responsável dela enquanto sujeito social.
Muito se fala, também, sobre o papel dos responsáveis no processo formativo das crianças – que longe de ser apenas responsabilidade da família, é dever também do Estado e da sociedade como um todo. Ou seja, todo o contexto afeta direta ou indiretamente o processo formativo dos pequenos.
Por isso, uma educação integral precisa englobar também fatores sociais, afetivos, éticos, cognitivos, todos auxiliando na construção de uma sociedade futura mais justa e humana – assim, não se pode esquecer dos valores e da responsabilidade como base.
Qual o papel da responsabilidade e dos valores na educação infantil?
Educar crianças com base em valores e responsabilidades é uma das maneiras de prepará-las para o mundo e auxiliar na construção de uma sociedade mais democrática, justa e consciente, pautando-se no respeito à sua subjetividade e individualidade.
Isso porque uma educação integral, que permita aos pequenos desenvolverem noções de sujeitos participantes, precisa considerar a autonomia e o pensamento crítico delas. Assim, o que se faz é, na verdade, estimular o pensamento justo, a reflexão e a tomada de decisão consciente desde cedo.
Junto às noções de valores e ética, as crianças aprendem sobre seus papéis na vida em comunidade, compreendendo que fazem parte de um todo – seja dentro da família, da escola ou da sociedade em geral.
Para esse convívio ser de fato possível e um futuro melhor seja construído, é ainda preciso investir na formação e educação baseada em valores – e, portanto, entender as crianças como sujeitos determinantes para isso se efetivar.
Qual a importância da família e da escola no desenvolvimento e crescimento da criança?
A família e a escola, juntas, compõem a primeira base educativa da criança, apesar de esta última muitas vezes ser lembrada apenas num aspecto formal da educação – ou seja, a criança vai às aulas para aprender sobre conteúdos curriculares.
No entanto, é indissociável o papel de ambas, já que tudo que a criança vive e experiência em casa vai afetar seu processo educacional escolar. Da mesma forma, o modo como a escola conduz as aulas, apresenta o mundo e insere a criança nos estudos e nas temáticas vão afetar o modo como ela interage com o mundo.
Por isso, cada vez mais, profissionais da educação e as próprias famílias têm compreendido essa interdependência – é, mais do que isso, têm visto como a educação formal e não formal vai muito além da sala de aula ou de saberes curriculares – pois tudo o que se aprende, vive e experimenta é refletido no modo como cada pessoa se manifesta no mundo.
Essas vivências ainda na infância têm um peso grande na vida adulta, pois ocorrem em um momento de intensos aprendizados e constituição ética, social, afetiva, cognitiva, entre outras.
Então, cabe aos pais e à escola trabalharem em conjunto, olhando para a complexidade e atravessamento dessas experiências e modos de lidar com os pequenos, para ofertarem uma educação baseada em valores éticos, que tenha como pauta uma formação responsável, reflexiva e consciente.
Brincadeiras, diálogos e rotina – tanto em casa quanto na escola – devem reforçar esses valores e, sobretudo, colocá-los em prática, afinal, não há como esperar que as crianças aprendam aquilo que elas não vivenciam.
Qual o papel da escola na construção de uma educação baseada em valores e responsabilidade?
Depois do ambiente familiar, a escola costuma ser o primeiro ambiente de convívio e educação das crianças. Porém, costuma ser também um espaço de conflitos formativos – o que é, na verdade, bastante positivo para a construção social individual.
Os conflitos ocorrem porque o ambiente escolar rompe com a rotina até então conhecida pelos pequenos: podem surgir outras referências culturais, outros modos de fazer as coisas, outras regras de convívio, outras organizações da rotina.
Tudo isso, apesar de parecer simples para os adultos (como precisar lidar com pessoas que pensam diferente ou situações com regras) é, geralmente, um dos primeiros momentos que os pequenos precisam ponderar os contextos – tudo isso, longe da família.
Como a sociedade é repleta de diferenças, e são elas que enriquecem o cotidiano, a escola precisa permitir que esse primeiro contato infantil com a diversidade seja pautado em valores: respeito, empatia, solidariedade, pensamento crítico, de forma que cada vez mais a compreensão sobre essa diversidade seja consolidada e resulte, no futuro, em cidadãos conscientes.
Quando a escola prepara os pequenos para terem atitudes responsáveis e pautadas em valores, essas convivências e conflitos são saudáveis e respeitosos, pois consideram o ser humano e sua diversidade num eixo de empatia e solidariedade.
Tomando a educação como a ferramenta transformadora da realidade, como a ponte para um futuro mais justo e humano, os colégios Marista apostam na educação que centra no aluno enquanto sujeito social, dentro de sua individualidade e vivência, mas parte de um todo.
Portanto, todos os dias são oportunidades de reforçar valores, autonomia, reflexão, colaboração, empatia e consciência cidadã nos alunos, que são o futuro.
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Educar crianças é um processo complexo, mas bastante enriquecedor., tanto para os pequenos quanto para quem educa. Assim, pais, mães e as escolas devem olhar com atenção para as bases que constituem o cotidiano educativo.
É preciso tomar a formação dos pequenos como uma construção para o futuro, de modo que responsabilidades, valores, cooperação e senso de participação social são essenciais para formar sujeitos críticos e mais humanos.