Afinal, estresse e birra são reações normais?

Estresse é uma reação normal do organismo: o coração bate mais depressa e os níveis de hormônio sobem ligeiramente. Isso pode acontecer quando nos deparamos com um estranho, levamos um susto ou diante de uma agulha de injeção. O estresse nos prepara para lidar com situações adversas, como perigos e medos.

Birras são reações emocionais próprias das crianças – com maior incidência entre os dois e três anos de idade. Elas refletem a dificuldade (temporária) das crianças de lidar com estímulos excessivos do ambiente. As causas podem ser várias – mas as birras ocasionais são quase sempre associadas a desconforto físico (sono, fome, cansaço).

Podem estar associadas a fatores mais estruturais e repetidos – como ciúmes, brigas em família, ambientes agressivos, mudanças, mortes e outros fatores que alteram sensivelmente as rotinas. A criança perde a capacidade de lidar com os estímulos normais – como as rotinas ou comandos dos adultos, e se irritam de maneira desproporcional.

A birra é própria de crianças que ainda não possuem maturidade suficiente para se autocontrolar – e assim manifestam sua incapacidade por meio de reações desproporcionadas – como agressividade, choro e irritação exagerada. Nesse sentido, é uma reação normal de estresse. Sua intensidade varia com a maturidade da criança e também com o temperamento. É particularmente recorrente entre os dois e três anos de idade.

Birras em excesso ou com frequência muito elevada refletem situações de desajuste que precisam ser identificadas e superadas. E podem causar malefícios, se muito intensas e duradouras. Alguns estudiosos têm classificado o estresse em positivo, tolerável e tóxico, este último nível pode ter consequências duradouras ou mesmo definitivas.

Por mais que estejamos em um cenário cada vez mais competitivo, com tecnologias substituindo as interações reais e gerando milhares de estímulos, é importante não transformar a rotina da criança em um espelho da rotina dos pais.

Lotar a agenda da criança de atividades, satisfazer suas vontades como forma de compensar a ausência, substituir totalmente o poder da presença e interação por um tablet ou celular, e não dar tempo para o ócio são alguns fatores que certamente implicarão em um estresse infantil. E isso pode levar a criança a uma série de doenças e problemas de adaptação, principalmente nas creches e escolas.

[Fonte: Yana / Primeiros Passos]

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